LINHAS DE PESQUISA





Ecologia de comunidades de aves marinhas no litoral de Santa Catarina

PROJETOS


Ecologia de aves marinhas

Descrição: Algumas ilhas do litoral de Santa Catarina, servem como local de reprodução e descanso para várias espécies de aves marinhas. Entre essas, as Ilhas Moleques do Sul (Florianópolis), onde são encontradas as maiores colônias de reprodução na costa catarinense, nidificando o atobá-marrom (Sula leucogaster) a fragata (Fregata magnificens), a gaivota (Larus dominicanus) e os trinta-réis-de-bico-vermelho (Sterna hirundinacea e S.eurygnatha).

A Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA) foi considerada o segundo sítio de reprodução do trinta-réis-de-bico-amarelo, Sterna eurygnatha no litoral brasileiro, ave até pouco tempo considerada como em perigo de extinção (IBAMA, 1996).

Na Ilhota da Galheta (Laguna, SC), Ilha do Xavier (Florianópolis), Ilhas de Itacolomis (Penha) e Ilhas dos Tamboretes (Barra Sul), existem registros esporádicos de colônias reprodutivas de algumas espécies de aves marinhas costeiras.

Devido a intensa exploração no entorno das ilhas costeiras, a pesca clandestina, aliada a carência de informações sobre a diversidade, abundância e período reprodutivo das aves marinhas, torna-se necessário a implantação de um programa de monitoramento e anilhamento da avifauna marinha.


Ecoturismo na Maricultura

Descrição: As comunidades de pescadores artesanais do litoral, de Santa Catarina constituem um dos grupos étnicos mais antigos da região sul do país, porém é secular seu estado de exclusão. Este fato é decorrente de uma forma de vida determinada pela dificuldade imposta pelo meio em que vivem, onde a dependência dos recursos pesqueira esta condicionada pelos ciclos sazonais e pelos meios de se conseguir capturar este recurso. Isto fez com que estes trabalhadores se tornassem altamente especializados, com conhecimentos direcionados, mas limitados pelo limite do oceano.

O acesso a meios mais eficientes de captura somados ao conhecimento empírico do meio, certamente conduz a uma eficiência, mas no caso dos pescadores artesanais permitiu a capturas cada vez maiores dos estoques naturais de pescado o que conduziu a diversas fases de enriquecimento no início da exploração do recurso passando rapidamente a longas fases de decadência junto com as espécies capturadas. Da mesma forma, com a opção pelo turismo dos municípios costeiros, as comunidades que povoavam a orla marítima, ganharam algum dinheiro vendendo suas propriedades e praticamente foram substituídas pelos veranistas, atuais donos das praias.

Recentemente, a maricultura surgiu como forma de resgatar esta população para uma atividade marinha, com forte apelo na sustentabilidade no uso do mar, e uma parcela dos indivíduos das comunidades procuram esta atividade como uma opção ou alternativa perante a decadência do setor pesqueiro, sendo que os pescadores mais resistentes continuaram em seu trabalho.

A maricultura novamente promoveu uma nova fase de desenvolvimento nestas comunidades, transformando inclusive a paisagem das enseadas e baias do litoral catarinense, formando na realidade um novo ecossistema, com uma diversificada e características fauna associada, composta por espécies de interesse como recurso para alimentação humana.


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Bioecologia de Macroinvertebrados e Peixes demersais

PROJETOS

Pesca responsável na Baía de Tijucas

Descrição: A atividade pesqueira na Baía de Tijucas é realizada em escala artesanal há cerca de 200 anos. Desde então, se estabeleceram ao redor da Baía diversas comunidades pesqueiras, que hoje compõem os núcleos pesqueiros de Canto Grande, Zimbros, Santa Luzia, Barra do Rio Tijucas, Canto dos Ganchos, Ganchos do Meio e Ganchos de Fora. Não há dados oficiais disponíveis sobre o número pescadores, embarcações, produção desembarcada e valor da produção, porém é notória a importância social e econômica da atividade pesqueira para as comunidades locais.

Apesar de sua importância, a pesca na Baía de Tijucas apresenta aspectos conflitivos com a legislação pesqueira, além de ocorrer na Zona de Amortecimento da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. De acordo com os pescadores da região, a legislação não é cumprida porque não estaria adequada para as características ambientais e dos recursos pesqueiros, havendo o anseio entre as comunidades pesqueiras em buscar uma regulamentação específica para a Baía de Tijucas.

Neste contexto, o presente projeto propõe a coleta e sistematização de dados ambientais e pesqueiros com o envolvimento dos usuários e demais membros da comunidade local para a elaboração de um plano de gestão participativa para o uso dos recursos pesqueiros, considerando as premissas da Agenda 21 e do Código de Conduta para a Pesca Responsável.

Ações de educação ambiental e mobilização social estão previstas para a estruturação de um Conselho da Pesca para a Baía de Tijucas, como instância participativa de gestão compartilhada (com o Poder Público) dos recursos pesqueiros. Projeto financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA.



Monitoramento da carcinofauna e ictiofauna do estuário do Saco da Fazenda, Itajaí, SC.

Descrição: Estuários são ambientes de grande importância para o desenvolvimento e sustento das atividades do homem. Haja vista que dois terços das grandes cidades distribuídas em todo o mundo estão localizadas em estuários ou na vizinhança imediata. São corpos de águas calmas, com temperatura e salinidade variáveis.

Através do estuário, há uma intensa troca de organismos, matéria orgânica e nutriente entre os ambientes terrestres, o manguezal e o mar. Serve como local de concentração temporal de espécies, também como áreas de alimentação, reprodução, berçário e recrutamento.

Este trabalho visa o monitoramento da diversidade e abundância da carcinofauna e ictiofauna do estuário do Saco da Fazenda, dando um enfoque aos crustáceos infaunais do gênero Kalliapseudes (Kalliapseudes schubarti) visto a importância dos mesmos na dieta alimentar de peixes e crustáceos, bem como caracterizar a variação sazonal e determinar quais espécies utilizam estes ambientes para reprodução, berçário e recrutamento.

As coletas serão realizadas mensalmente durante o período de 12 meses. Os representantes da carcinofauna e ictiofauna serão coletados com o
auxílio de tarrafas, jererés e busca fundo. Paralelamente as coletas, serão registradas as temperaturas da água e do ar assim como a salinidade da água, sendo que a cada estação do ano será retirada uma amostra de sedimento para análise.

O material coletado será processado em laboratório. Os resultados obtidos poderão ser usados como um instrumento de auxílio ao gerenciamento desses ecossistemas, e assim como referencia para a continuidade de futuros estudos.


Aspectos biológicos do caranguejo Maria-farinha (Ocypode quadrata ), na região da Praia Brava, Itajaí, SC, Brasil.

Descrição: A Praia Brava situada na região de Itajaí, é caracterizada como um ecossistema rico possuindo dunas, restinga e remanescentes de Floresta Atlântica. Porém uma das espécies existentes, e mais abundantes em toda extenção da praia é Ocypode quadrata, cuja as bibliográfias sobre está espécie são muito reduzidas.

Este trabalho visa caracterizar os aspectos da biologia do caranguejo maria-farinha (Ocypode quadrata) na região da Praia Brava Itajaí, SC, e sua importância na cadeia trófica do local, visto a importância dos mesmos na dieta alimentar da coruja-buraqueira (Speotyto cunicularia), bem como caracterizar a população de O. quadrata ao longo de um ciclo anual, determinar o tamanho de primeira maturação, abundância, predadores e alimentação.

As coletas serão realizadas mensalmente nos períodos de Agosto/003 à julho/004 em toda extenção da Praia Brava. As espécimes coletadas serão processadas no laboratório de Ciências biológicas da UNIVALI no Campos I de Itajaí.

Os exemplares serão medidos e pesados com auxílio de paquímetro e balança de precisão semi-analítica, a carapaça será removida para determinação do estádio de maturação gonadal, assim como para análise do conteúdo estomacal. Os resultados obtidos poderão ser usados como referência para continuidade de futuros estudos.


Monitoramento Ambiental na Região de Abrangência da Via Expressa SC- Sul, Florianópolis, SC

Descrição: As alteração ocasionadas na região da Baia Sul, Florianópolis, SC, devido a construção da Via Expressa SC- Sul foram registradas para o ano 1997, como prováveis responsáveis por alterações na fauna e flora locais. Portanto foi necessário o monitoramento da carcinofauna na Baia Sul, com coletas bimestrais em seis áreas de pescas, durante o período de abril/2000 na Baia Sul, Florianópolis, SC; em locais pré-determinados, com duração de 10 minutos cada.

Muitos fatores parecem influenciar a distribuição dos camarões. NAKAGAKI et al (1995) em estudo com camarões marinhos na Enseada de Ubatuba, SP, apontam a disponibilidade de alimento e as características hidrográficas da região como mudanças no sedimento, salinidade e temperatura. BRANCO & VERANI (1998a) afirmam que outro fator que influencia a distribuição das espécies do gênero Penaeus é o padrão de ciclo de vida, onde os juvenis crescem nos estuários e baías e os adultos migram para o mar aberto onde ocorre a reprodução, entre profundidade de 40 a 100 metros.

Os decapodas braquiúros constituem um importante grupo da epifauna bêntica, em termos de densidade, freqüência e biomassa, e tem como principais representantes as famílias Calappidae, Leucosidade, Majidae e Portunidae, que são bastante utilizados como fontes alvo ou carcinofauna acompanhante (PETTI, 1997).

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